UNITERÓI

Blog idealizado por alunos de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo do UNIPLI.

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Rafael Schroder
Uniterói Web

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

COMPORTAMENTO

Sexo na Adolescência!
Por Leonardo Dias

Uma infância cada vez mais curta, em que a criança tem pressa de viver a vida de adulto. Todos os dias nós escutamos relatos de um pai ou de uma mãe, falando sobre essa realidade. Os adolescentes hoje em dia já falam sobre primeiro beijo, a iniciação sexual, e entre essas duas ações o intervalo é cada vez mais curto.
Esse assunto vem a cada dia trazendo mais debates entre pais e adolescentes. O que pode tornar a relação mais próxima e amigável ou conturbada.
Comparamos relatos de uma mulher já mais madura e uma adolescente menos vivida em relação à experiência de vida.
“A gente conhecia, beijava na boca, saía junto. Coragem de transar lá pelos 18 anos a gente tinha. A gente fazia isso com aquele namorado de um tempão e aí não tinha tanto medo de transar, de perder a virgindade. As coisas aconteciam mais devagar”, disse a professora Estela Marques.
“A gente vai mais pra rave, festa e shows. Não namora mais do que 12 anos com a mesma pessoa”, disse a estudante Camila Moreira.
Do bailinho às baladas se foram 30 anos e Dona Cristina que se achava moderninha, descobriu que não era tanto assim, sua filha Juliana de 15 anos falou que estava com interesse em sexo. “Fiquei arrasada conta Cristina”.
Antigamente as mulheres só despertavam o apetite sexual a partir dos 18 anos, e mesmo assim com o namorado de longa data, e que já tinha confiança. Já hoje em dia os adolescentes conhecem a menina ou o menino na festinha e já parte para a relação sexual.
“A vida é curta, temos que aproveitar, e é na adolescência que temos as melhores experiências de nossas vidas. Quando as festinhas terminam vamos ver com quantas pessoas cada um ficou. Ficar pode ser mais que isso. Ficar com uma pessoa é sem compromisso nenhum. Às vezes você nem vê no outro dia”. Diz um garoto.
Uma geração apressada para se tornar adulta, e ao mesmo tempo irresponsável e imatura, para lidar com os problemas da vida.
Para tirar algumas duvidas de muitos adolescentes, o Uniterói entrevistou Christina Ferreira Gonçalvez, professora de Ciências da Rede Municipal de Rio de Janeiro e Consultora pontual da Fundação Roberto Marinho para oficinas de sexualidade. Defendeu a tese de mestrado "Prevenção das DST/AIDS na escola: análise do processo pedagógico no 4o ciclo do ensino fundamental em uma escola pública da cidade do Rio de Janeiro" na Plínio Leite no ano de 2006.

1- Qual a sua a opinião em relação ao sexo da adolescência?
R. Sexo na adolescência sempre existiu em todas as sociedades, só que até a algumas décadas atrás ele era feito via casamento, ou quando o sexo ocorria antes dele, a “honra” da moça e de sua família teria que ser reparada, ou seja, gostando ou não, se transou tinha que casar, nem que fosse na delegacia.
São incontáveis os casos retratados na história de nobres europeus que se faziam alianças que incluíam casamentos entre crianças ou adolescentes. Na era dourada dos faraós também isso era normal. Na verdade não precisamos nem ir tão longe: quem não conhece a história da avó, bisavó ou tataravó que casou com 14 ou 15 anos?
Então, adolescente fazendo sexo não é novidade, a diferença para os dias de hoje é que o sexo não está vinculado à necessidade de casamento, e de formação e manutenção de uma família. Hoje em dia, para grande número de adolescentes o sexo é feito como forma de obtenção quase que exclusiva de prazer e nada mais.

2- Você acha que hoje em dia os adolescentes estão iniciando suas vidas sexuais muito cedo?
R. Inúmeras pesquisas demonstram que isso realmente ocorre. Dados da pesquisa “Juventudes e Sexualidade” da UNESCO, publicada em 2004, feita em 14 capitais brasileiras mostra que a idade média para a primeira relação sexual realmente vem decrescendo muito; segundo esta pesquisa mais da metade dos meninos iniciaram a vida sexual entre 10 e 14 anos; entre a maioria das meninas a idade foi entre 15 e 19 anos de idade.

3- Isso pode acarretar alguma conseqüência boa ou ruim para eles?
R. Na grande maioria dos casos o saldo não é tão positivo assim; digo isto porque a maioria dos adolescentes que me procuram para falar de suas experiências sexuais relatam que poderiam ter esperado um pouco mais para ter a primeira relação sexual e o sexo em si não foi tão bom assim, ou seja, o inicio da vida sexual aconteceu antes da hora, mesmo quando a relação não resultou em gravidez.
Por outro lado, quando dessa vida sexual precoce resulta em gravidez ou até em alguma DST ou HIV/AIDS, o custo social e econômico para a sociedade e para as famílias diretamente envolvidas é muito alto. Conforme comprovam inúmeros dados estatísticos, isto ocorre porque a taxa de abandono escolar entre as adolescentes que engravidam entre os sexto e sétimo ano do ensino fundamental, seja por vergonha ou pela própria dificuldade em conciliar a vida de estudante e mãe adolescente, é maior do nas que engravidam nos oitavo e nono ano, o mesmo ocorre com muitos pais adolescentes que têm que interromper os estudos para trabalhar e sustentar o filho.
Então, quais são as perspectivas pessoais e profissionais para esses adolescentes de 13, 14 e 15 anos que não tem nem o ensino fundamental completo? Quem arcará com as despesas desses bebês? Como e por quem serão criados? Que papel cada um desses indivíduos terá na sociedade?

4- Que fator pode-se nomear se como causador dessa pressa?
R. São vários, entre eles cito a pressão dos seus pares para que se perca a virgindade (masculina e feminina) como forma de caracterizar a saída da vida infantil; o grande apelo sexual da mídia – em quase tudo que se vende colocam porções extremamente generosas de sexo. Por exemplo, você já viu o comercial de um conhecido refrigerante onde aparecem casais em altos amassos e beijos de língua? E do produto para cabelo que coloca a mulher dentro de uma forminha de doce, pronta para ser deliciada, “devorada”? E do anúncio de classificados onde o casal entra em um apartamento se agarrando pronto para a relação? Das cervejas, não vou nem falar.

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