UNITERÓI

Blog idealizado por alunos de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo do UNIPLI.

Esse espaço será usado como meio de comunicação direta do público com o Jornal Uniteroi. Será utilizado também como espaço para alunos de todos os períodos do curso de Comunicação da universidade mostrarem o seu trabalho.

Estamos abertos a críticas, sugestões e elogios, esperamos atender as vossas expectativas, assim como nos realizar profissionalmente.

Buscando sempre a excelência, nos comprometemos a exercer nossas atividades acadêmicas da melhor maneira possível, para que assim sejamos absorvidos e eleitos pela sociedade no geral como profissionais de gabarito.

Grato!

Rafael Schroder
Uniterói Web

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

COMPORTAMENTO

Sexo na Adolescência!
Por Leonardo Dias

Uma infância cada vez mais curta, em que a criança tem pressa de viver a vida de adulto. Todos os dias nós escutamos relatos de um pai ou de uma mãe, falando sobre essa realidade. Os adolescentes hoje em dia já falam sobre primeiro beijo, a iniciação sexual, e entre essas duas ações o intervalo é cada vez mais curto.
Esse assunto vem a cada dia trazendo mais debates entre pais e adolescentes. O que pode tornar a relação mais próxima e amigável ou conturbada.
Comparamos relatos de uma mulher já mais madura e uma adolescente menos vivida em relação à experiência de vida.
“A gente conhecia, beijava na boca, saía junto. Coragem de transar lá pelos 18 anos a gente tinha. A gente fazia isso com aquele namorado de um tempão e aí não tinha tanto medo de transar, de perder a virgindade. As coisas aconteciam mais devagar”, disse a professora Estela Marques.
“A gente vai mais pra rave, festa e shows. Não namora mais do que 12 anos com a mesma pessoa”, disse a estudante Camila Moreira.
Do bailinho às baladas se foram 30 anos e Dona Cristina que se achava moderninha, descobriu que não era tanto assim, sua filha Juliana de 15 anos falou que estava com interesse em sexo. “Fiquei arrasada conta Cristina”.
Antigamente as mulheres só despertavam o apetite sexual a partir dos 18 anos, e mesmo assim com o namorado de longa data, e que já tinha confiança. Já hoje em dia os adolescentes conhecem a menina ou o menino na festinha e já parte para a relação sexual.
“A vida é curta, temos que aproveitar, e é na adolescência que temos as melhores experiências de nossas vidas. Quando as festinhas terminam vamos ver com quantas pessoas cada um ficou. Ficar pode ser mais que isso. Ficar com uma pessoa é sem compromisso nenhum. Às vezes você nem vê no outro dia”. Diz um garoto.
Uma geração apressada para se tornar adulta, e ao mesmo tempo irresponsável e imatura, para lidar com os problemas da vida.
Para tirar algumas duvidas de muitos adolescentes, o Uniterói entrevistou Christina Ferreira Gonçalvez, professora de Ciências da Rede Municipal de Rio de Janeiro e Consultora pontual da Fundação Roberto Marinho para oficinas de sexualidade. Defendeu a tese de mestrado "Prevenção das DST/AIDS na escola: análise do processo pedagógico no 4o ciclo do ensino fundamental em uma escola pública da cidade do Rio de Janeiro" na Plínio Leite no ano de 2006.

1- Qual a sua a opinião em relação ao sexo da adolescência?
R. Sexo na adolescência sempre existiu em todas as sociedades, só que até a algumas décadas atrás ele era feito via casamento, ou quando o sexo ocorria antes dele, a “honra” da moça e de sua família teria que ser reparada, ou seja, gostando ou não, se transou tinha que casar, nem que fosse na delegacia.
São incontáveis os casos retratados na história de nobres europeus que se faziam alianças que incluíam casamentos entre crianças ou adolescentes. Na era dourada dos faraós também isso era normal. Na verdade não precisamos nem ir tão longe: quem não conhece a história da avó, bisavó ou tataravó que casou com 14 ou 15 anos?
Então, adolescente fazendo sexo não é novidade, a diferença para os dias de hoje é que o sexo não está vinculado à necessidade de casamento, e de formação e manutenção de uma família. Hoje em dia, para grande número de adolescentes o sexo é feito como forma de obtenção quase que exclusiva de prazer e nada mais.

2- Você acha que hoje em dia os adolescentes estão iniciando suas vidas sexuais muito cedo?
R. Inúmeras pesquisas demonstram que isso realmente ocorre. Dados da pesquisa “Juventudes e Sexualidade” da UNESCO, publicada em 2004, feita em 14 capitais brasileiras mostra que a idade média para a primeira relação sexual realmente vem decrescendo muito; segundo esta pesquisa mais da metade dos meninos iniciaram a vida sexual entre 10 e 14 anos; entre a maioria das meninas a idade foi entre 15 e 19 anos de idade.

3- Isso pode acarretar alguma conseqüência boa ou ruim para eles?
R. Na grande maioria dos casos o saldo não é tão positivo assim; digo isto porque a maioria dos adolescentes que me procuram para falar de suas experiências sexuais relatam que poderiam ter esperado um pouco mais para ter a primeira relação sexual e o sexo em si não foi tão bom assim, ou seja, o inicio da vida sexual aconteceu antes da hora, mesmo quando a relação não resultou em gravidez.
Por outro lado, quando dessa vida sexual precoce resulta em gravidez ou até em alguma DST ou HIV/AIDS, o custo social e econômico para a sociedade e para as famílias diretamente envolvidas é muito alto. Conforme comprovam inúmeros dados estatísticos, isto ocorre porque a taxa de abandono escolar entre as adolescentes que engravidam entre os sexto e sétimo ano do ensino fundamental, seja por vergonha ou pela própria dificuldade em conciliar a vida de estudante e mãe adolescente, é maior do nas que engravidam nos oitavo e nono ano, o mesmo ocorre com muitos pais adolescentes que têm que interromper os estudos para trabalhar e sustentar o filho.
Então, quais são as perspectivas pessoais e profissionais para esses adolescentes de 13, 14 e 15 anos que não tem nem o ensino fundamental completo? Quem arcará com as despesas desses bebês? Como e por quem serão criados? Que papel cada um desses indivíduos terá na sociedade?

4- Que fator pode-se nomear se como causador dessa pressa?
R. São vários, entre eles cito a pressão dos seus pares para que se perca a virgindade (masculina e feminina) como forma de caracterizar a saída da vida infantil; o grande apelo sexual da mídia – em quase tudo que se vende colocam porções extremamente generosas de sexo. Por exemplo, você já viu o comercial de um conhecido refrigerante onde aparecem casais em altos amassos e beijos de língua? E do produto para cabelo que coloca a mulher dentro de uma forminha de doce, pronta para ser deliciada, “devorada”? E do anúncio de classificados onde o casal entra em um apartamento se agarrando pronto para a relação? Das cervejas, não vou nem falar.

COMPORTAMENTO

Mulheres à beira de um ataque de nervos
TPM é a grande inimiga das mulheres

Por Giselle Gomes

Inchaço, irritação, gula descontrolada e tristeza sem fim. Todo mês a mesma coisa. Estima-se que 30% das mulheres queixam-se de sintomas típicos da tensão pré-menstrual, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Pode ser dor nas pernas, inchaço, dor de cabeça, mastalgia (dor nos seios) ou irritação - ou combinando mais de um dos vários sintomas detectados.

Síndrome Disfórica e Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
A Organização Mundial de Saúde ainda não reconhece a tensão pré-menstrual como uma patologia. Em contrapartida, a classificação norte americana já diferencia Síndrome Pré-menstrual (Premenstrual Syndrome) da Desordem Disfórica Pré-Menstrual.Não restam muitas dúvidas que existe um transtorno relacionado às fases do ciclo ovariano; quanto a serem dois distúrbios não se tem tanta certeza. Está sendo discutido e estudado se a Síndrome P-M e a Desordem Disfórica P-M são a mesma coisa. A Síndrome P-M refere-se às variações físicas e do humor nas mulheres. Surge uma a duas semanas antes da menstruação e desaparece no fim do fluxo menstrual. Este transtorno é tratado pelos ginecologistas. A Desordem Disfórica P-M não apresenta necessariamente a sintomatologia física enquanto a alteração do humor é grave o suficiente para interferir nas atividades rotineiras ou de trabalho. Trataremos pelo nome mais comum em nosso meio: Tensão Pré-Menstrual (TPM).

A TPM é comum?

Aproximadamente, 80% das mulheres em fase reprodutiva apresentam sintomas na fase pré-menstrual, sendo que apenas 3 a 5% de forma grave a ponto de impedir a rotina ou o trabalho. Seu início ocorre em média aos 26 anos de idade e tende a piorar com o tempo. As mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum problema depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor. As mulheres que tiveram depressão pós-parto (condição considerada benigna) também estão mais sujeitas.

Quais são as causas da TPM?

A causa não é conhecida, mas pelas características está relacionada à elevação do estrogênio na fase pré-menstrual ou à queda da progesterona. Contudo, esses dois fatores não são os únicos envolvidos: esses hormônios podem afetar as neurotransmissões, e aí então causar os sintomas psiquiátricos. Pode também afetar os receptores fora do sistema nervoso central provocando os diversos outros sintomas.

Como se identifica a TPM?

Durante o intervalo de 12 meses a mulher deverá ter apresentado, na maioria dos ciclos, pelo menos cinco dos sintomas abaixo:
Humor deprimido , raiva ou irritabilidade, dificuldade de concentração, falta de interesse pelo que se costuma gostar, aumento do apetite, insônia ou hipersonia, sensação de falta de controle sobre si mesma, algum sintoma corporal.

Principais Sintomas

Psicológicos: irritabilidade, nervosismo, descontrole das ações ou emoções, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia (lentificação para fazer as coisas), depressão, sensação de cansaço, ansiedade, confusão, esquecimento freqüente, baixa auto-estima, paranóia, hipersensibilidade emocional, ataques de choro.
Gastrintestinais: Dores abdominais, inchaço, constipação, náusea, vômitos. Dermatológicos: acne, inflamações na pele com coceira, agravamento de problemas dermatológicos preexistentes. Neurológicos: Dores de cabeça, tonteira, desmaios, entorpecimento, irritabilidade, sensação de zumbido, machucar-se facilmente, contrações musculares, palpitações.
Outros: Aumento da retenção de líquido causando sudorese fácil, intumescimento das mamas, e ganho de peso periódico, diminuição do volume da urina (o que contribui para a retenção de líquido). Aumento da predisposição a alergias e gripes, alterações visuais (talvez devido a retenção de líquidos), conjuntivites (não necessariamente infecciosa), palpitações do coração, dores menstruais, diminuição da libido (desejo sexual), mudanças no apetite (para mais ou para menos), ondas de calor.

Como se Trata a TPM?
Com modificação na dieta, aumentando-se a quantidade de proteínas e diminuindo o açúcar, o sal, o café e o álcool. Fazendo exercícios regularmente, evitando o estresse, suplementando a dieta com vitamina B6, cálcio e magnésio. As alternativas medicamentosas são com contraceptivos orais e com antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Recentemente a FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso da fluoxetina para o tratamento da TPM nos EUA.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PERFIL POÉTICO

Por Chico Carlos

Mauro Correia é Presidente da Associação de Moradores Albino Pereira, da Grota, em São Francisco.
Da comunidade recebe apoio e respeito; da família e dos amigos, a força para vencer obstáculos, atingir objetivos.
Dedicação, trabalho e competência são marcas da sua liderança.

O Inicio
Nasci no dia 17 de Março de 1960, no Hospital Antonio Pedro. Meus pais Hélia e Mario Francisco Correia, foram dedicados na formação dos filhos.

A infância
Apesar das dificuldades, que uma família numerosa passa, não tenho reclamações da minha infância: feliz e sem maiores atropelos.

A adolescência
Vivi todas as aventuras, senti todas as emoções de uma adolescência, até um pouco irresponsável. Dei muito trabalho aos meus pais.
Concluí o ensino médio no saudoso Colégio Brasil, no Fonseca. Joguei futebol no Rubro de Araruama, no Canto do Rio e em Mato Grosso do Sul.

Vitória
Minha família por tudo que representa, pelo amor em todos os momentos.

Derrota
Os problemas que causei aos meus pais na juventude.

Inveja
Não consigo sentir inveja de nada ou de ninguém. Esse pecado não tenho.

Orgulhos
Sinto um imenso orgulho dos meus filhos Renan e Juliana.
Ser aceito pela comunidade, com carinho e respeito, também é motivo de orgulho.

Mágoas
Não guardar mágoas, sempre ajudou a construir minha felicidade.
É uma nuvem negra, negativa ...

Saudades
Saudades... dos bons momentos vividos.
A grande saudade é a que sinto de um ser humano raro: do meu pai.

Frustração
Não ter jogado no Maracanã, não ter cursado uma faculdade.

Sonhos
São ainda, sonhos de criança: Visitar o Pão de Açúcar e conhecer Portugual.

Pesadelos
Tenho pesadelos com a violência. Como não posso fazer nada, oro muito.

Medo
Medo de perder minha família para a violência.

Amor
Minha mulher Ruteléia, amiga e companheira, é o meu grande amor. Meus filhos são frutos desse amor.

O Futuro
Continuar trabalhando pela comunidade, ajudar na criação e formação dos netos, quando chegarem.

Personalidade
Fernanda Keller por tudo que representa para o esporte e para nossa Niterói.

Deus
É a luz, a força maior da minha vida.

Agradecimentos
A minha família, aos meus irmãos e amigos, pelo carinho, pela paciência.

CULTURA

Plantão de Notícias será produzido em Niterói
Programa voltará ao ar em versão via internet a partir de dezembro. Os alunos do Plínio Leite já finalizaram o primeiro.

Há 17 anos surgiu o Plantão de Notícias, programa produzido inicialmente em formato de rádio e peça teatral que faz uma sátira bem humorada do jornalismo e cujo espírito está ligado ao nome do radialista Maurício Menezes. Em 1999 o Plantão ganhou formato de televisão, levado ao ar pela CNT, Record e Bandeirantes. A novidade agora é que Maurício lançará em dezembro uma versão em vídeo on-line via internet, cuja produção está a cargo do curso de Comunicação do Centro Universitário Plínio Leite desde setembro.
Profissional tarimbado em anos de trabalho na Rádio Globo e no Estadão, Maurício define seu programa como um vídeo caseiro, recheado de improvisação e humor, que ele teve coragem de colocar no ar. O sucesso da fórmula foi assustador, no bom sentido. São telespectadores fiéis que cobram diariamente de Maurício que o Plantão volte ao ar. Há as dificuldades de praxe para ocupar um horário de televisão, como a falta de patrocinador, mas agora, com a mídia interativa, se abriu um novo filão que dará oportunidade de continuação do trabalho.
O sucesso do Plantão tem diversos motivos. Primeiro, um texto humorístico muito bem elaborado. Depois, uma incessante busca por momentos especiais em que a imprensa noticia algo muito exótico ou inusitado, o que acaba se tornando naturalmente engraçado. Ainda há uma boa pitada de deboche caricatural de ícones da mídia e personalidades ou tipos culturais brasileiros, como o caipira. Por fim, pode-se perceber uma equipe muito afinada e constituída em sua totalidade, por mais estranho que pareça... por jornalistas. O grupo contou com diversas configurações, tendo hoje Fernando Moreira, Hélio Júnior e Júlia Marvi. A produção executiva é de Cris Pimentel. Os jornalistas contam ainda com o reforço do excelente ator Edmundo Alvarenga.
Deste caldeirão muito peculiar nasceram os quadros do programa. Jornal dos jornais ironiza os deslizes das redações. “Nada que seja ofensivo”, diz Maurício. “Exploramos os erros que são naturais dada a própria dinâmica da profissão, os prazos, a correria”. Ele conta, por exemplo, que um radialista entra todo entusiasmado e vai começar a trabalhar dizendo ao público em seu primeiro dia de trabalho a hora certa. “São sete horas”... e olha com o rabo do olho o relógio para registrar com precisão os minutos. Para sua surpresa, descobre, então que já são 8h02. Para resolver a situação... diz então... “são 7 horas e sessenta e dois minutos”.
É com tiradas como esta que Maurício rouba o fôlego da platéia. Mas há passagens também que contam momentos dos bastidores da produção dos veículos. Ele saca do baú uma história passada em Niterói, os Causos da Imprensa.
Um grupo de jornalistas fazia um jornal cuja dobra e encarte tinham de ser feitos à mão. A melhor mesa para que se realizasse esse processo era a da reitoria, e o reitor muito simpático cedeu o espaço. Dado o adiantado da hora, porém, um dos jornalistas dorme ali munido somente das roupas íntimas e perde a hora. Na manhã seguinte, em meio ao despacho, sai de trás da mesa a figurinha carimbada.
Parodiando o jornalista Boris Casoy , o âncora do Jornal dos Jornais esbraveja que “Isso é uma Pamonha”. Outro quadro muito popular é o Samba de Terceira, onde são apresentados cantores debochados autores de letras e músicas hilariantes, entrevistados pelo personagem J. Pé Ligeiro. Em lugar do bordão “só se for agora” do Samba de Primeira, o locutor diz “só se for depois”.
Comparações com programas como Casseta e Planeta e o Pânico na TV são inevitáveis. Mas Maurício afirma que seu diferencial é construir humor a partir dos textos jornalísticos. Algumas vezes presentes ao Programa do Jô, o radialista se orgulha de dizer que a audiência somou 15 pontos. Sempre que participou do talk-show, sua entrevista foi reprisada nas melhores do ano. Desse sucesso nasceu uma experiência interessante. Maurício dava a entrevista ao Jô num canal e seu programa era exibido em outro.

Jornalistas aprovam
Os jornalistas em geral aprovam o programa porque dão risada das situações por que passam no dia-a-dia profissional. Jornalismo é muito veloz, em mídias de transmissão ao vivo como rádio e televisão o erro é mesmo inevitável.
Agora, com a internet, surge novamente o problema da velocidade do meio. Deste modo, Maurício se tornou com o tempo uma espécie de observador da imprensa, que coleciona passagens exóticas.
Outro orgulho de Maurício é o fato de que grandes comediantes passaram pelo Plantão. É o caso de Pedro Manso. O ator trabalhava como coletador de areia. Veio de Paty do Alferes. Sentou-se humildemente à frente de Maurício. E começou a fazer imitações. “Era um trabalho bruto, sem muita técnica, mas já se podia ver a veia humorística”.

Muitos humoristas começaram no Plantão
Antonio Krammer é outro que fazia assessoria de imprensa no Acre. Ele assistiu ao show de Maurício no teatro e colocou na cabeça que queria fazer aquilo. Hoje está na rádio Tupi.
Mangüaça (Márcio Fagundes) é outro ator que surgiu do acaso. Maurício viajava muito de carro e Mangüaça ia atrás fazendo piadas o tempo todo.
A grande escola de formação deste grupo é sem dúvidas a rádio. A experiência de Maurício no jornalismo foi duradoura. Fez coberturas sobre a Anistia, o fim do regime militar, a bomba do Riocentro. Cobriu os governos Geisel e Médici, a Guerra Civil na Argentina e um terremoto no México.
Mas desde criança, teve a influência do humor. Seu pai era engraçado, dono de um refinado humor inglês. Na redação Maurício começou a se destacar sempre pelas palhaçadas. Até um dia em que escreveram um artigo sobre ele dizendo que tinha na redação um humorista que estava perdendo tempo em jornal. “Foi uma grande satisfação unir humor com jornalismo”, diz Maurício. Uma das personagens mais populares de sua criação, por exemplo, era a paródia do presidente Pega Mal no Tranco., fazendo referência a Itamar Franco.
Antonio Brasil fez uma crítica do programa dizendo que ele representava a volta da inteligência à televisão.
O público do Plantão é muito variado. Mas sem dúvida, conforme diz o próprio Maurício, um dos públicos preferenciais é o dos aluno de Comunicação Social. “Um programa não recomendado para alunos de Comunicação.


CULTURA

Projeto Tela Niterói invade pontos turísticos
A nova sala de cinema popular exibe curtas niteroienses e clássicos nacionais no MAC, Teatro Popular Niemeyer e Campo de São Bento.

Por Justine Berçani e Felipe Lins


Anunciado no início de Setembro por O Uniterói, o projeto Tela Niterói estreiou no mês de outubro em dois pontos da cidade com filmes nacionais. O projeto da secretária de cultura com a prefeitura de Niterói e a Sagre Filmes prevê a integração social da população niteroiense, atualmente com quatro cinemas – três deles em shoppings.
O projeto terá dois pontos de exibição, sendo um fixo e um móvel: a sala de cinema fixa será no MAC ao ar livre com a disposição de 500 cadeiras para o público. Provisoriamente a outra sala acontece no Teatro Popular Niemeyer – onde ocorreu a sessão inaugural – e, em novembro, será transferida para o Campo de São Bento.
O subsecretario de cultura, Ivan D´Angeles, diz que foi importante escolher o Teatro Popular Niemeyer – 380 lugares – para inaugurar o projeto:
“- Estamos começando a usar o teatro agora, ele é novo e precisa ser usado, é um lugar bonito e confortável para o público que precisa conhecê-lo.”
Todo mês serão apresentados filmes com temáticas diferentes para o público, sempre com um curta niteroiense abrindo a sessão. Em outubro a comemoração são os 80 anos de Barretão, cuja produtora completou 45 anos em 2007. “Chegamos aos 45, logo serão 50, 100 anos... e possivelmente não estarei lá!” brinca Barretão que produziu filmes como “Dona Flor e seus Dois Maridos” e “O que é Isso Companheiro?”, além de ter prestigiado a abertura do projeto no teatro popular:
“- É muito bom estar aqui. Se eu morasse em Niterói viria aqui no mínimo duas ou três vezes por semana.”
O mês de novembro homenageará o Dia da Consciência Negra, dia 20, enquanto em dezembro a grande festa dos 100 anos de Niemeyer exibirá um documentário de vinte minutos sobre o centenário arquiteto e sua relação com Niterói – segunda cidade com maior número de obras de Niemeyer. A partir de novembro a Secretaria de Cultura planeja abrir inscrições para que cineastas de Niterói enviem seus curtas-metragem na possibilidade de serem exibidos antes dos filmes principais das sessões.
“- Os curtas serão escolhidos de acordo com uma avaliação de qualidade e um mínimo de censura, tendo como única regra a produção ter sido de realizadores locais.”, afirma o subsecretário de cultura.
Com o fechamento da programação até fevereiro, a Secretaria de Cultura espera que o projeto seja apreciado pela população. As sessões acontecem sábados às 19hs no MAC e terças às 18hs nas salas móveis – Teatro Popular e posteriormente Campo de São Bento. Para acompanhar a grade de programação do projeto, a população devem consultar a Agenda Cultural de Niterói – distribuída em diversos pontos da cidade, como o Teatro Municipal, ou consultá-la pelo site http://www.niteroiartes.com.br.

CULTURA

Legião: Saudade que não tem idade
Legião Urbana completa onze anos de saudade desde a morte do líder, Renato Russo


Por Justine Berçani


“Se eu pudesse definir a Legião e o Renato em uma só palavra, eu diria amor”, afirma a estudante Caroline Moshe, fã de uma das maiores bandas nacionais dos anos 80, a Legião Urbana. Apaixonada pelo grupo, Caroline acredita que as músicas são mais do que ritmo e letra, são sentimentos. Emocionada a cada vez que ouve um CD da banda, a jovem se impressionou muito ao assistir no Teatro Municipal de Niterói o espetáculo “Renato Russo, A peça”, que está em turnê pelo Brasil. A peça interpretada por Bruce Gomlevsky conta, em forma de monólogo, os acontecimentos mais importantes da vida e da carreira do cantor, privilegiando seus momentos gloriosos e respeitando o que, em vida, o próprio artista fez questão de preservar.
Renato Russo ou Renato Manfredini Júnior deixou milhões de fãs órfãos em outubro de 1996, quando desistiu da luta pela AIDS e se entregou em seu apartamento na Rua Nascimento e Silva, em Ipanema. Além de uma das mentes mais tocantes do país, o Brasil perdeu também a melhor banda de Rock dos anos 80, a Legião Urbana. O casal de advogados Daniela Monteiro e Luís Antônio, ambos de 29 anos, conhecem a Legião desde crianças e acreditam que ao ter contato com trabalhos iguais ao do ator Bruce Gomlevsky, é possível – mesmo que por um momento – reviver os anos do poeta ainda vivo. Assim como o casal, o estudante de 19 anos, Pedro Fernandes, contou uma opinião comum entre os ouvintes da banda: “ - As letras foram escritas há anos, mas apesar do tempo são atuais, assim como os sentimentos transmitidos por elas. É muito comum alguém chorar ao ouvindo letras da Legião”. Em 22 de outubro, onze dias depois da morte de Renato, a Legião Urbana chegou ao fim. Os companheiros de banda, atualmente trabalhando em discos solos, afirmam estar felizes por ver que o tempo não conseguiu apagar a bela lembrança da banda e de Renato. Lançamentos póstumos da Legião e do vocalista continuam a vender milhões após a morte do líder, que deixou músicas para CD’s como “Presente”, “O Último Solo” e “As Quatro Estações ao vivo”, que emplacou o mais shows nem CD’s inéditos da banda, só póstumos. “- Não que não tenhamos bons grupos, mas como o próprio Renato dizia: “Enquanto tocamos Baader-Meinhof Blues o Ultraje à Rigor canta Galinha Mary Lou”. Acho que é por aí, não há um grupo ou compositorque toque nossas almas como o Renato tocava”, emocionado, ele diz que espera que seu ídolo saiba - esteja aonde estiver - o quanto ele o admira. Apelidada por “Religião Urbana” – nome que Renato odiava – a banda nasceu em 1985 em Brasília, após uma época de Aborto Elétrico e apresentações solo de Renato como o trovador solitário. Aos admiradores das letras, Renato sempre desconversava: “Bonfá também escreve, ele é o gênio, não eu”, inclusive nos encartes onde há ilustrações, a maioria delas foram da autoria de Bonfá que sempre esteve escondido pelas baterias. Ele e Dado Villa-Lobos mostraram seus talentos vocais depois de muitos anos do término da Legião. Vale a pena ressaltar que o encarte do 1º CD de Bonfá, “O Barco Além do Sol”, é repleto de paisagens niteroienses. Uma coisa é certa: não importa se alguém gosta ou não da Legião, mas todo mundo sabe cantar pelo menos o refrão de uma música, como “Será” e “Pais e filhos”. Os fãs mais novos infelizmente nunca terão a oportunidade de ver um show da banda, mas poderão acompanhar através de CD’s e DVD’s essa linda história musical. A cada apresentação Renato declarava: “A verdadeira Legião Urbana são vocês” e, hoje os fãs respondem carinhosamente com a letra de Giz: “E é de ti que não me esquecerei...” URBANA LEGIO OMNIA VINCIT (Legião Urbana a tudo vence).

Box: Atualmente em cartaz com a peça “Macbeth” no Rio, e “Renato Russo” por todo o Brasil, o excelente ator e fã da banda, Bruce, conseguiu conquistar Niterói e – com exclusividade - falou ao Jornal Uniterói antes de sua última apresentação na cidade.


Uniterói: Para você, ator e produtor, qual é a importância de poder produzir suas próprias peças? E qual é o seu trabalho preferido?
B. G.: Eu acho que ser produtor e escolher seus próprios projetos é o único jeito de um ator ser independente, ser autônomo e poder escolher os personagens que ele pretende fazer. E eu comecei a produzir as peças porque eu passei ter o que dizer. E o meu trabalho preferido é o Renato Russo.

Uniterói:
Como foi o processo de composição do personagem e o contato com a família?

B. G.
: Eu li uma biografia do Renato há uns quatro anos atrás, escrita pelo Arthur Dapieve.
Foram dois anos de pesquisa, aula de canto, corpo, fonoaudióloga. Tudo pra tentar chegar o mais próximo possível do Renato. A família colaborou, adorou a peça, cedeu imagens durante o ensaio, conversou com a gente, contou histórias do Renato, abriu o apartamento dele e a gente pode ir lá ver os vídeos, os livros, o ambiente, a casa, os instrumentos, os manuscritos. Foi ótimo.

Uniterói:
Houve algum fato curioso ou engraçado na sua carreira, em especial neste trabalho atual?

B. G.: Eu quase morri há duas semanas atrás. Eu bati de carro indo pro Recife e estou me recuperando ainda. Mas isso não é nada engraçado. Houve uma vez que eu comi alguma coisa estragada e deu vontade de ir ao banheiro no meio da peça. Eu tive que criar um intervalo porque eu fico sozinho em cena duas horas (risos). Uma vez uma menina subiu no palco e me agarrou. Eu estava cantando “Pais e Filhos” e quando ela me abraçou nós ficamos cantando juntos abraçados, tipo Bono Vox (risos).

Uniterói: Qual a reação das pessoas que conviveram e conheceram a Legião e o Renato ao assistirem a peça?
B. G.: Graças a Deus é unânime. Todo mundo ama a peça. Os amigos do Renato, o filho – Giuliano –, a irmã – Carmem Teresa –, a mãe – Dona Carminha –. Todo mundo adora a peça. É muito bacana esse feedback das pessoas que conviveram com ele.

Uniterói:
Em uma só palavra como você define Renato Russo, a peça?

B. G.:
Em uma palavra? ... (risos) Muito trabalho, muito amor e muita emoção. Tá boa essa palavra? (risos)


Uniterói
: Qual é o feedback do público Niteroiense?
B. G.: Maravilhoso. A platéia lotada todos os dias, as pessoas cantam todas as músicas, batem palmas, eles participam. Esse teatro é maravilhoso, eu amo o Teatro Municipal e é um prazer muito grande pra eu estar aqui. Espero voltar várias vezes. Sou muito grato ao público de Niterói porque ele é muito quente, e se torna muito gostoso se apresentar aqui.

NOTAS

CIMA
O Cineclube Outros Tempos, criado pela cineasta Leila Barreto, tem vez toda terceira segunda-feira do mês no Arte Jovem Brasileira, Convés. O Outros Tempos exibe fartas fatias de filmes, bastidores, trailers e afins. A sessão de novembro trará filmes clássicos, escolhidos a dedo pela cineasta. Rua Cel Tamarindo 137, Gragoatá. 19 de novembro, às 20 h. R$ 1,99.

BAIXO
E o Cinema Icaraí? E o Estação Icaraí? Os cinemas tradicionais de Icaraí já não existem mais e não há previsão de qualquer revitalização. O niteroiense, que mora em Icaraí, Santa Rosa ou São Francisco, precisa se deslocar até Itaipu ou Centro para ir ao cinema. Ah! O Cine Arte UFF está lá, firme e forte.

FALANDO NISSO...
Finalmente o filme 'Medos Privados em Lugares Público', 'Coeurs' (Corações) no original em francês, chagou à cidade. Em cartaz no Cine Arte UFF, o filme de Alan Resnais retrata a questão da solidão, praga contemporânea, com brilhantismo, através da vida de sete personagens.

LIVRE
Produzido por Felipe Lins, Giselle Gomes, João Fraga, Justine Berçani e Rodrigo Falcão, o programa 'Zona Livre' traz novidades sobre o mundo do entretenimento, com muita informação e quadros variados. É possível conferir o programa às terças-feiras, às 10h e 18h, e às sextas-feiras, às 12h e 16h, no Canal 17, da NET. Se preferir, acesse o link:
http://www.unipli.com.br/siteunipli/uniplitv_000.htm .

BENDITA
O documentário 'A Maldita', de Tetê Mattos, foi consagrado como melhor curta-metragem, através de voto popular, no Festival do Rio 2007. O filme mostra a história da Fluminense FM - Maldita, rádio rock que revolucionou os anos 80, através de personagens-chave, como os jornalistas niteroienses Luiz Antonio Mello e Milena Ciribelli.