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Rafael Schroder
Uniterói Web

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

CULTURA

Legião: Saudade que não tem idade
Legião Urbana completa onze anos de saudade desde a morte do líder, Renato Russo


Por Justine Berçani


“Se eu pudesse definir a Legião e o Renato em uma só palavra, eu diria amor”, afirma a estudante Caroline Moshe, fã de uma das maiores bandas nacionais dos anos 80, a Legião Urbana. Apaixonada pelo grupo, Caroline acredita que as músicas são mais do que ritmo e letra, são sentimentos. Emocionada a cada vez que ouve um CD da banda, a jovem se impressionou muito ao assistir no Teatro Municipal de Niterói o espetáculo “Renato Russo, A peça”, que está em turnê pelo Brasil. A peça interpretada por Bruce Gomlevsky conta, em forma de monólogo, os acontecimentos mais importantes da vida e da carreira do cantor, privilegiando seus momentos gloriosos e respeitando o que, em vida, o próprio artista fez questão de preservar.
Renato Russo ou Renato Manfredini Júnior deixou milhões de fãs órfãos em outubro de 1996, quando desistiu da luta pela AIDS e se entregou em seu apartamento na Rua Nascimento e Silva, em Ipanema. Além de uma das mentes mais tocantes do país, o Brasil perdeu também a melhor banda de Rock dos anos 80, a Legião Urbana. O casal de advogados Daniela Monteiro e Luís Antônio, ambos de 29 anos, conhecem a Legião desde crianças e acreditam que ao ter contato com trabalhos iguais ao do ator Bruce Gomlevsky, é possível – mesmo que por um momento – reviver os anos do poeta ainda vivo. Assim como o casal, o estudante de 19 anos, Pedro Fernandes, contou uma opinião comum entre os ouvintes da banda: “ - As letras foram escritas há anos, mas apesar do tempo são atuais, assim como os sentimentos transmitidos por elas. É muito comum alguém chorar ao ouvindo letras da Legião”. Em 22 de outubro, onze dias depois da morte de Renato, a Legião Urbana chegou ao fim. Os companheiros de banda, atualmente trabalhando em discos solos, afirmam estar felizes por ver que o tempo não conseguiu apagar a bela lembrança da banda e de Renato. Lançamentos póstumos da Legião e do vocalista continuam a vender milhões após a morte do líder, que deixou músicas para CD’s como “Presente”, “O Último Solo” e “As Quatro Estações ao vivo”, que emplacou o mais shows nem CD’s inéditos da banda, só póstumos. “- Não que não tenhamos bons grupos, mas como o próprio Renato dizia: “Enquanto tocamos Baader-Meinhof Blues o Ultraje à Rigor canta Galinha Mary Lou”. Acho que é por aí, não há um grupo ou compositorque toque nossas almas como o Renato tocava”, emocionado, ele diz que espera que seu ídolo saiba - esteja aonde estiver - o quanto ele o admira. Apelidada por “Religião Urbana” – nome que Renato odiava – a banda nasceu em 1985 em Brasília, após uma época de Aborto Elétrico e apresentações solo de Renato como o trovador solitário. Aos admiradores das letras, Renato sempre desconversava: “Bonfá também escreve, ele é o gênio, não eu”, inclusive nos encartes onde há ilustrações, a maioria delas foram da autoria de Bonfá que sempre esteve escondido pelas baterias. Ele e Dado Villa-Lobos mostraram seus talentos vocais depois de muitos anos do término da Legião. Vale a pena ressaltar que o encarte do 1º CD de Bonfá, “O Barco Além do Sol”, é repleto de paisagens niteroienses. Uma coisa é certa: não importa se alguém gosta ou não da Legião, mas todo mundo sabe cantar pelo menos o refrão de uma música, como “Será” e “Pais e filhos”. Os fãs mais novos infelizmente nunca terão a oportunidade de ver um show da banda, mas poderão acompanhar através de CD’s e DVD’s essa linda história musical. A cada apresentação Renato declarava: “A verdadeira Legião Urbana são vocês” e, hoje os fãs respondem carinhosamente com a letra de Giz: “E é de ti que não me esquecerei...” URBANA LEGIO OMNIA VINCIT (Legião Urbana a tudo vence).

Box: Atualmente em cartaz com a peça “Macbeth” no Rio, e “Renato Russo” por todo o Brasil, o excelente ator e fã da banda, Bruce, conseguiu conquistar Niterói e – com exclusividade - falou ao Jornal Uniterói antes de sua última apresentação na cidade.


Uniterói: Para você, ator e produtor, qual é a importância de poder produzir suas próprias peças? E qual é o seu trabalho preferido?
B. G.: Eu acho que ser produtor e escolher seus próprios projetos é o único jeito de um ator ser independente, ser autônomo e poder escolher os personagens que ele pretende fazer. E eu comecei a produzir as peças porque eu passei ter o que dizer. E o meu trabalho preferido é o Renato Russo.

Uniterói:
Como foi o processo de composição do personagem e o contato com a família?

B. G.
: Eu li uma biografia do Renato há uns quatro anos atrás, escrita pelo Arthur Dapieve.
Foram dois anos de pesquisa, aula de canto, corpo, fonoaudióloga. Tudo pra tentar chegar o mais próximo possível do Renato. A família colaborou, adorou a peça, cedeu imagens durante o ensaio, conversou com a gente, contou histórias do Renato, abriu o apartamento dele e a gente pode ir lá ver os vídeos, os livros, o ambiente, a casa, os instrumentos, os manuscritos. Foi ótimo.

Uniterói:
Houve algum fato curioso ou engraçado na sua carreira, em especial neste trabalho atual?

B. G.: Eu quase morri há duas semanas atrás. Eu bati de carro indo pro Recife e estou me recuperando ainda. Mas isso não é nada engraçado. Houve uma vez que eu comi alguma coisa estragada e deu vontade de ir ao banheiro no meio da peça. Eu tive que criar um intervalo porque eu fico sozinho em cena duas horas (risos). Uma vez uma menina subiu no palco e me agarrou. Eu estava cantando “Pais e Filhos” e quando ela me abraçou nós ficamos cantando juntos abraçados, tipo Bono Vox (risos).

Uniterói: Qual a reação das pessoas que conviveram e conheceram a Legião e o Renato ao assistirem a peça?
B. G.: Graças a Deus é unânime. Todo mundo ama a peça. Os amigos do Renato, o filho – Giuliano –, a irmã – Carmem Teresa –, a mãe – Dona Carminha –. Todo mundo adora a peça. É muito bacana esse feedback das pessoas que conviveram com ele.

Uniterói:
Em uma só palavra como você define Renato Russo, a peça?

B. G.:
Em uma palavra? ... (risos) Muito trabalho, muito amor e muita emoção. Tá boa essa palavra? (risos)


Uniterói
: Qual é o feedback do público Niteroiense?
B. G.: Maravilhoso. A platéia lotada todos os dias, as pessoas cantam todas as músicas, batem palmas, eles participam. Esse teatro é maravilhoso, eu amo o Teatro Municipal e é um prazer muito grande pra eu estar aqui. Espero voltar várias vezes. Sou muito grato ao público de Niterói porque ele é muito quente, e se torna muito gostoso se apresentar aqui.

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